Da Serie fique por dentro da
História de Tubarão:
A ENFERMAGEM E A PRÁTICA MÉDICA NOS ANOS CINQUENTA
O uso de medicamentos caseiros era prática corrente naqueles anos. De pai para filho, passavam de geração em geração. Chás, infusões de ervas e raízes eram de uso popularizado.Usava-se também emplastros de farinha de mandioca com mostarda, compressas de soro do leite, compressas de
álcool e de água com sal (salmoura, escalda-pés, suadores).
Usava-se amarrar uma folha de couve na testa, para o tratamento da cefaleia. Erisipela não era doença para médico e sim para benzedor. Um ou outro “arrumador de osso” ousava manipular fraturas, aplicando talas feitas com clara de ovo breu, farinha e varetas de bambu. Os resultados eram, quase sempre desastrosos, com a ocorrência de consolidação viciosa e de osteomielite. Para grande queimados, era tentado um tratamento caseiro, com o envolvimento do queimado em folhas de bananeira e quando o paciente finalmente era encaminhado ao Hospital, já era tarde para evitar a infecção e a ocorrência de sequelas. Muitos pacientes frequentavam a estância hidro-termal da Guarda, principalmente os portadores de algumas formas de reumatismo.
A antiga enfermaria Santa Cecília, para indigentes.
Doenças sexualmente transmitidas e o uso de drogas eram muito mais raros do que na atualidade por que os pais exerciam severa vigilância sobre os seus filhos, alertando-os sobre os perigos pertinentes. A palavra droga só era ouvida quando alguma coisa não dava certo “Que droga!!”.Tuberculose, hanseníase e sífilis ocorriam com alguma frequência. Casos de osteomielite eram usuais, pelo tratamento mal conduzido em fraturas expostas e pela inexistência de antibióticos de largo espectro.
Algumas cirurgias importantes já eram realizadas, tais como gastrectomias, colecistectomias, enterectomias e as anestesias, aplicadas por Irmãs de Caridade, produziam poucos acidentes, mas o não uso de relaxantes musculares exigia grande habilidade por parte dos cirurgiões.
Seringa de 200 mililitros usada na antiga técnica de transfusão de sangue “braço a braço”.
Do acervo do Museu do Hospital.
As transfusões de sangue eram feitas com doador e receptor deitados lado a lado. Duas enfermeiras se empenhavam na técnica: enquanto uma colhia o sangue do doador por meio de agulha calibrosa e uma seringa de cinquenta mililitros, com estrutura metálica, a outra injetava o sangue com equipamento idêntico, no receptor. Durante a década, apenas o Dr. Kant Keen de Lima deixou o Hospital. Somente em meados de 1960, chegou ao Hospital o primeiro médico anestesista, o Doutor José Warmuth Teixeira.
Cena em sala de operações Dr. Otto Feuerschutte – Irmã Evódia – Enfermeiro Mário e Dr. Miguel Boabaid.
TEXTO DO LIVRO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Autores: José Warmuth Teixeira
Irmã Lea Griebler
Chirle Pereira